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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Mais que negócios

Artigo publicado na Bloomberg Businessweek fala da trajetória do magnata chinês da Hong Kong Nicarágua Desenvolvimento (HKND) da construção do canal da Nicarágua e um projeto em tornar-se mega empresário das telecomunicações. Xinwei é o nome da empresa de telecomunicações autorizada a funcionar no Cambodja e Nicarágua, sendo neste país, operada pelo nome de Cootel. Segundo a Bloomberg, por contratempos na Nicarágua levou quatro anos para arrancar e no Cambodja não dá sinais de grande empresa em operação.Na Nicarágua prestará serviço de telefonia móvel instalando mil postes para internet sem fio ou wifi. Sobre a tecnologia McWill, falam ser interessante para áreas rurais ou pequeno vale, enquanto nas cidades parece contraproducente. Outro fato da tecnologia usada nos postes é o uso de cabos sem protetor de ultravioleta, comum na China. Pela falta de proteção para UV, os cabos tornam-se quebradiços, ocasionando interrupções, vulnerabilidade a ventos e não funcionamento em determinados locais.
O caso chinês segundo a revista americana foi na Ucrânia, por conta de investigação em curso de tentativa em comprar uma participação na Motor Sich PJSC, maior fabricante de aviões e helicópteros, como a nossa Embraer. A acusação contra o homem é de um suposto conluio visando destruir a capacidade estratégica ucraniana de motores para aeronaves. A revista americana lista empresas envolvidas no acordo, incluindo a unidade do grupo Skyrizon. Um tribunal de Kiev congelou tais ações em setembro, sob o argumento que a compra eliminaria a capacidade interna de produção de motores a jato nacional levando para fora do país. Sobre o canal da Nicarágua, de junho de 2013 até hoje surge Monica Dehart, antropóloga de Puget Sound que estuda a presença chinesa na Nicarágua, chamado por nicaraguenses e chineses de ‘canal louco’. Em dezembro de 2014 foi inaugurado na região de Brito um projeto de logística, que na verdade não saiu do papel. O projeto de 50 bilhões de dólares aguarda negociações com camponeses na compra de terrenos, que por sinal não estão a venda, nenhuma estrada ou porto, parque de camping ou fábrica em construção. A parte o canal, o mercado de capitais deu um crack no chinês ao longo de 2015 no valor de 9,1 bilhões de dólares ou 89,2% de sua fortuna total. Filme que já asssistimos por aqui no caso do petróleo. Nas telecomunicações, a empresa que opera na Nicarágua, segundo especialistas, usa padrão chinês Mcwill sobre postes de iluminação urbana para instalação dos equipamentos. Parece vantagem pois utiliza infraestrutura instalada, evitando aluguel de terrenos e instalação de torres gigantescas e caras. A desvantagem é a exigência de curta distância aos equipamentos, aumentando os custos de instalação, manutenção, multiplicando riscos de eventos inesperados.
A história do canal da Nicarágua por conta de não aparecer na grande mídia é ofuscada pela ideia que nossos políticos procuram chineses para vender o Brasil, é coisa que importa na história recente latino americana. Fato é que a China exerce doce fantasia no inconsciente latino, mais que a Rússia, vide ala bolivariana. Bom lembrar não haver bom conhecimento de nossa parte sobre a cultura chinesa pós Nixon e da cultura Latina pelos chineses pós Carter. Talvez dizer, nós não os conhecemos e nem eles a nós, não conhecemos Marx e muito menos eles, quer dizer, pensamos que são marxistas enquanto pensam que somos capitalistas. O resultado são acontececimentos na Ucrânia, Nicarágua, Cambodja com as empresas chinesas e outros projetos na América Latina. Lembrar que no caso ucraniano, o tratamento chinês é colonialista, o mesmo acontecido na Nicarágua como se construir um canal lá fosse negócio já teria acontecido a muito tempo. Bom dizer que não é o fato da tecnologia em questão ser chinesa e nem ser de última geração, pois instalação em locais menos habitados e com menos exigência tecnológica, barateia custos finais estando aí vantagens, mas tem limitações. Por fim vale a pergunta se existiria analogia entre a suposta compra pela Boeing do que melhor temos em aviação e o caso ucraniano, ou, são meras elucubrações? Com a palavra o Meritíssimo e o Candidato.